A Lei do Funil

Larga para alguns (poucos), estreita para todos os outros!

Aqui se fala, umas vezes a sério outras a brincar, de coisas que nos irritam, alegram, entristecem ou, muito simplesmente, nos enfadam.

2013-07-18

Mas não há ninguém que lhes esfregue com as folhas de Excel na cara?


Cortes de 4,7 mil milhões de euros

A corrida para o abismo a que este governo (de atrasados mentais) se comprometeu com a tróica




« O único aspecto bom da crise política que vivemos é que os cortes adicionais de 4,7 mil milhões de euros que a tróica exige passaram a ser impossíveis de concretizar. Se antes já havia poucas condições políticas para os aplicar, agora estes cortes são verdadeiramente inexequíveis.

E ainda bem. Há uns tempos fiz um exercício considerando um multiplicador orçamental de 1,3. Pelos vistos, fui modesto. Economistas do Banco Portugal estimaram que em tempos de forte recessão como os actuais, no prazo de um ano, o multiplicador da despesa é 2. Valor que parece algo exagerado, mas a verdade é que está em linha com vários outros estudos internacionais. No pressuposto de que está correcto, levemos as contas até ao fim.

4,7 mil milhões de euros de cortes adicionais representam cerca de 2,85% do PIB. Considerando o multiplicador estimado pelo Banco de Portugal, este corte no orçamento provocaria uma queda no PIB 9,4mil milhões. Ou seja, cerca de 5,7%.

Só a queda no PIB provocaria um aumento da dívida pública de 125% para 132% do PIB. Adicionalmente, seria de esperar uma redução das receitas fiscais de cerca de 3,3 mil milhões. Possivelmente, estarei a exagerar na queda das receitas fiscais (35% da queda do PIB), mas a verdade é que também não estou a ter em conta a subida da despesa com subsídios de desemprego. Juntando todas estas contas, e admitindo que tudo isto é bastante grosseiro, reduziríamos o défice em cerca de 0,6 pontos percentuais.

Os_numeros_da_imbecilidade (13K)

Ou seja, com estes cortes, provocar-se-ia uma recessão brutal e sem precedentes, fazendo disparar o desemprego. Para no fim conseguir reduzir o défice público em menos de 1 ponto percentual do PIB e aumentar brutalmente o rácio da dívida pública. Seria uma loucura.»
Veja aqui o estudo do Banco de Portugal



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